Saber como investir no tesouro direto infelizmente é uma habilidade que poucas pessoas têm. Pois, no Brasil, não se aprende na escola este tipo de coisa.
Então, os outros veem quem sabe um pouco como diferente, mais inteligente ou mais esperto.
Por vezes, a pessoa vende “caro” está imagem se supervalorizando e complicando demais algo relativamente simples que é o Tesouro Direto que apenas não está no nosso cotidiano.
Isso somado ao fato de que existe uma sopa de letrinhas que é necessário conhecer para investir no Tesouro Direto, pronto, o medo de errar e perder dinheiro toma conta da maioria das pessoas.
Neste momento, acontecem duas situações: insegura e com medo de perder dinheiro, a pessoa mantém seu dinheiro na poupança e segue perdendo dinheiro de forma indireta.
Ou pior, procura soluções milagrosas como gurus e coachs de procedência muito duvidosa para “gerenciar” seu dinheiro.
Então, todos os ingredientes da receita para fracasso estão na mesa, agora é só uma questão de tempo.
Mas fique tranquilo, neste post vamos lhe ensinar tudo que você precisa saber para investir no Tesouro Direto que é totalmente seguro, garantido e rende consideravelmente mais que a poupança.
O que é o Tesouro Direto?
O Tesouro Direto é um sistema que foi criado para permitir que pessoas físicas comprem papéis da dívida pública brasileira pela internet. Ele foi criado em 2002 e se tornou um sucesso desde então.
A dívida pública refere-se aos gastos do governo. Em resumo, sempre que o governo gasta mais do que arrecada, a dívida pública sobe.
No entanto, este post não é sobre ela, mas caso queira saber mais sobre este assunto clique aqui.
Em outras palavras, se o governo gasta mais do que arrecada (O que não é uma novidade, não é mesmo?), ele precisa de mais dinheiro, então ele emite os títulos do Tesouro Direto para as pessoas possam comprá-los.
Ao comprar um título do Tesouro Direto , você está emprestando seu dinheiro ao governo.
E por ter valores bem baixos para iniciar, a partir de R$35,00 já é possível começar a investir no Tesouro Direto, acaba sendo muito democrático e acessível para todos.
Além disso, é possível escolher diferentes prazos de investimentos, indexadores e fluxo de remuneração. Não se preocupe com estes termos, falaremos deles mais adiante.

Tesouro Direto: Quais os Modelos de Investimento?
Antes de mais nada, é necessário entender alguns termos que serão importantes daqui para frente. Seu futuro como investidor do Tesouro Direto depende disso.
Existem 3 tipos de títulos do Tesouro Direto, são eles:
- Prefixados
- Pós-fixados
- Híbridos
“Pronto! Começou a confusão”. Calma, abaixo vamos explicar cada um deles, assim a sopa de letrinhas começará a ficar mais clara para você.
O Que São e Como Funcionam os Títulos Prefixados?
Os títulos do Tesouro Direto prefixados você saberá no ato da comprar qual será seu rendimento bruto, sem considerar o IR, desde que faça o resgate do valor investido apenas no vencimento.
Então, ao optar por investir por este tipo de título do Tesouro Direto, você verá na descrição dele qual será o seu rendimento e a data do vencimento.
Ou seja, não importa o que aconteça, o seu retorno será sempre o mesmo. Sempre considerando que você irá sacar o dinheiro no vencimento.
O Que São e Como Funcionam os Títulos Pós-fixados?
Neste modelo, você saberá no ato da compra quais são os critérios de remuneração, mas só saberá o valor do retorno total dos vencimentos no momento do resgate.
Ao contrário dos títulos prefixados, os pós-fixados ficam atrelados a indexadores que variam com o tempo, sendo assim, seus rendimentos irão variar.
Esta variação pode ser tanto pra mais quanto para menos. Mais a frente falaremos sobre estes indexadores, por hora não se preocupe com eles. Nosso foco agora é apenas entender os modelos de investimento no Tesouro Direto.
O Que São e Como Funcionam os Títulos Híbridos?
Como você deve ter percebido, o modelo híbrido como o nome sugere é uma junção dos modelos, prefixados e pós-fixados.
Ou seja, eles têm parte da remuneração definida no ato da compra e outra parte definida pelos marcadores do mercado no vencimento.
Por exemplo, você vai receber 5% fixo + inflação. Ou seja, os 5% estão garantidos, mas a inflação pode variar bastante, e isso irá impactar diretamente no seu rendimento.
Quais os tipos de Títulos/Papéis do Tesouro Direto?

Existem várias opções de investimento no Tesouro Direto, ou seja, várias opções de títulos para você escolher de acordo com seus interesses, condições e valores para investir.
Contudo, é importante salientar que como os títulos do Tesouro Direto pertencem ao governo e este cria estes títulos de acordo com a necessidade. A disponibilidade pode acabar variando.
Dessa forma, recomendamos que você verifique no site do Tesouro Direto quais as opções disponíveis quando você for fazer o investimento.
Vamos falar sobre as opções que normalmente estão disponíveis.
Tesouro Selic
Este é um título do Tesouro Direto pós-fixado que acompanha a taxa básica de juros, definida pelo Banco Central.
A cada 45 dias acontece uma reunião para definir o valor desta taxa, a Selic é um dos indexadores que comentamos anteriormente.
A Selic é pouco volátil, ou seja, ela oscila pouco no decorrer do tempo. Esta aplicação tem liquidez diária e soma rendimento diariamente.
Liquidez diária é um fluxo de remuneração. Como tem liquidez diária, você pode resgatar o dinheiro todos os dias sem perder o que já ganhou.
Por este motivo, o Tesouro Direto Selic é normalmente usado como reserva de emergência, podendo ser sacado a qualquer momento sem perdas.
O rendimento poderá ser maior ou menor devido à flutuação da Selic e do tempo em que o dinheiro permanecer investido, mas será sempre positivo.
Tesouro Prefixado (LTN)
Na data da aplição, você fica sabendo o valor do rendimento deste papel. Ou seja, você saberá o valor exato que irá receber se mantiver o dinheiro até o vencimento.
Contudo, a qualquer momento você poderá sacar um valor menor do que o investimento inicial. Se o investimento já tiver rendimentos, você não pode sacar antes do prazo, pois os valores podem variar.
Como resultado, ao realizar um saque você poderá estar tendo lucro ou prejuízo já que, como dissemos, o valor dos rendimentos vai variando ao longo dos anos.
A rentabilidade deste tipo de papel do Tesouro Direto, neste caso, dependerá exclusivamente dos marcadores do mercado no momento do resgate.
Tesouro Prefixado com Juros Semestrais (NTN-F)
Segue o mesmo modelo do anterior, porém possui uma particularidade que é o resgate dos juros semestrais. Você pode sacar estes rendimentos, chamados Cupons, duas vezes por ano.
Este Cupom equivale aos juros devidos até aquela data. Se você se perguntou se isso é bom ou ruim? A resposta é: Depende.
Uma vantagem é que você passa a ter um retorno sobre o valor investido no Tesouro Direto antes do vencimento do título. Se a sua intenção é viver de renda, por exemplo, está pode ser uma boa opção.
Outra vantagem é que você pode reinvestir este valor em um papel que esteja melhor no momento, maximizando os seus ganhos.
Porém, sempre que você receber o cupom a Receita desconta o imposto de renda com alíquota de 22,5% sobre ele.
Está aliquota é a máxima, então você estará perdendo o desconto progressivo sobre a alíquota do imposto de renda que pode chegar a 7,5% no final do prazo. Ou seja, você pagaria 15% de IR sobre este papel do Tesouro Direto.
Portanto, este tipo de papel para investir no Tesouro Direto é para quem precisa de um fluxo de caixa semestral.
Tesouro IPCA+ (NTN-B Principal)
Diferentemente dos títulos anteriores, pertence a categoria híbrida este combina um valor fixo definido no ato da compra, ou seja, prefixado com mais um percentual indexado à inflação.
Este título do Tesouro Direto é indexado à inflação, como dito antes, a inflação por sua vez é medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo).
Logo, podemos notar que este papel fica protegido da inflação, ou seja, você vai receber no vencimento um valor pré-definido + a inflação do período.
Por exemplo: IPCA + 5%, sempre 5% a mais que a inflação, você nunca sairá perdendo.
Em outros títulos pode receber 12% mas a inflação ter sido 8%, então na verdade seus ganhos foram de 4%.
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais (NTN-B)
Este tipo de investimento do Tesouro Direto é uma fusão dos dois anteriores. Lembre-se: Você recebe a parte prefixada somente da data de resgate do título.
Aqui se aplicam as regras de redução progressiva da alíquota do IR. Podendo haver uma redução de 22,5% para 15% para juros distribuídos por 720 dias.
E também existe a variação dos marcadores do mercado na parte pós-fixada, podendo sair no lucro ou no prejuízo de acordo com a época em que foi feito o saque.
Tesouro RendA+
O RendA+ ajuda quem deseja investir e ter uma renda complementar à aposentadoria.
Trata-se de um NTN-B, ou seja Nota do Tesouro Nacional Série B porque parte do seu rendimento é atrelado à inflação.
Caso queira saber mais sobre as NTN, visite este link. Para o nosso objetivo, não precisamos nos aprofundar nesta parte.
Este título do Tesouro Direto funciona como uma previdência privada com um período de acumulação e outro de conversão.
No primeiro momento ocorre o aporte de recursos e num segundo momento o investidor irá receber mensalmente de volta o valor investido mais os juros durante 240 meses acrescido mensalmente do valor da inflação. Garantindo o poder de compra do dinheiro.
Em síntese, a grande diferença deste título do Tesouro direto para os demais, é que os outros preveem o resgate total ao final do plano. Neste o resgate é mensal e continua sendo corrigido pela inflação mensal.
Tesouro Educa+
Por fim, temos o Educa+ que funciona de forma similar ao RendaA+ porém o resgate é feito em um prazo de 60 meses a partir da data de vencimento do título.
Este título permite que outras pessoas possam investir na mesma carteira como se fosse uma vaquinha. É o Tesouro Direto Coletivo que também fica disponível para crianças e adolescentes e tem o objetivo de se investir em educação.
Claro que cada caso é um caso, e nenhum é perfeito e nenhum é terrível. Depende do que você busca.
Como Investir no Tesouro Direto?

Tão importante como conhecer cada tipo de Tesouro Direto, coisa que fizemos anteriormente, é entender os termos usados neste tipo de negociação.
- Valor mínimo e Taxas
- Quando você investe no Tesouro Direto você está financiando a dívida pública do governo, ou seja, você está adquirindo um papel como garantia de recebimento em determinado prazo e rendimento.
- Preço é o valor que o governo colocou naquele papel à venda.
- Rentabilidade nada mais é que os juros que o governo irá pagar pelo seu investimento.
- Taxas são os valores dos juros pagos pelos títulos.
- Valor Mínimo é o menor valor para se comprar um título ou parte dele, o que pode variar muito.
- Liquidez
- Liquidez é um termo que está relacionado com a velocidade e facilidade em que se pode resgatar um investimento, qualquer que seja.
- Por exemplo: D3 significa que o resgate pode ser feito em 3 dias úteis a partir da data da solicitação.
- Custos
- A taxa de custódia do Tesouro Direto é a uma taxa cobrada pelo B3, bolsa de valores. Porém, somente a partir de R$10.000,00 investido que esta taxa é cobrada.
- São 0,20% cobrados 2 vezes ao ano dividido de 2 vezes. 0,10% em janeiro e 0,10% em julho.
- Imposto de Renda
- O Imposto de Renda sobre o Tesouro Direto é regressivo, como dissemos anteriormente, o valor sobre os rendimentos vai diminuindo com o tempo.
- 22,5% de alíquota até 180 dias.
- 20% 181 a 360 dias.
- 17,5% de 361 a 720 dias.
- 15% a partir deste prazo.
- Não se preocupe em pagar o IR do rendimentos pois ele é retido na fonte, mas atenção, é necessário declará-lo à Receita Federal.
Preciso de Uma Corretora para Investir no Tesouro Direto?
Sim, não é possível investir no Tesouro Direto como pessoa física diretamente. Embora ele tenha sido criado para pessoas físicas poderem investir, você precisa de um intermediador.
Você precisará abrir uma conta em uma corretora, ela será a intermediadora, e transferir o dinheiro para ela e então fazer a compra dos títulos desejados.
Todo o processo de abrir uma conta em corretora é muito similar a abrir uma conta corrente em qualquer banco online. Por isso, escolha uma com boa reputação e abra a sua conta.
Além disso você terá que se cadastrar no site do Tesouro Direto, o processo também é bem simples e intuitivo.
Se você possui cadastro no gov.br o processo é ainda mais fácil, pois você pode linkar a sua conta com gov.br com a do Tesouro Direto.
O Tesouro Direto tem Alguma Garantia?
As aplicações no Tesouro Direto tem garantia do FGC (Fundo Garantidor de Crédito) em aplicações de até R$250.000,00.
Ou seja, se o governo não honrar com os compromissos com você. Sim, todo investimento tem um risco, embora isso nunca tenha acontecido. O governo sempre honrou com seus pagamentos do Tesouro Direto.
O FGC garante que você receberá o seu dinheiro investido integralmente até este valor.
Por fim, lembre-se que a corretora em si, serve apenas para fazer as transações entre você e o governo, ela não fica com seu dinheiro em posse. A não ser que você deixe o dinheiro parado na conta.
Qual título do Tesouro Direto Devo Escolher?
Esta pergunta tem muitas respostas pois depende do seu objetivo final com este investimento. Dependendo do seu objetivo final poderão haver muitas variáveis.
A primeira variável é saber para o que será esse dinheiro. Se for uma reserva de emergência, onde eventualmente você irá precisar sacar dinheiro. Embora, é claro, o ideal em investimentos de renda fixa é não mexer.
Mas imprevistos acontecem e reserva de emergência é pra isso mesmo, então um título com rentabilidade diária e alta liquidez como o Tesouro Selic talvez seja o mais recomendado.
Se o projeto é mais a longo prazo, como pagar a faculdade do filho, comprar uma casa, aposentadoria ou morar no exterior, opções de títulos prefixados ou indexados podem ser uma boa escolha.
Se o objetivo é se aposentar em 20 anos, você pode comprar títulos mais longos. No entanto, sempre é bom lembrar que quanto maior o prazo, maior o risco.
Investir no Tesouro Direto é uma Boa Escolha?
Para quem não suporta a volatilidade do mercado de ações e similares, mas também não quer ver seu dinheiro perder valor ao longo dos anos na poupança, é uma ótima escolha.
É seguro, diversificado e com boa rentabilidade, essa modalidade de renda fixa é bem atrativa, possui proteção do FGC e quem está por trás é o governo federal que sempre manteve seus pagamentos em dia para este tipo de título.
Então, não perca mais tempo e nem dinheiro e mude imediatamente suas economias para o Tesouro Direto.